quarta-feira, 24 de junho de 2009

Quinta-feira

- Alô?
- Alô.
- Ana?
- Renato?
- Oi!
- Oi...
- Tudo bem?
- Tudo. E você?
- Tudo.
- ...
- Bom ouvir sua voz. Estou com saudades.
- hum...
- Você nunca mais veio ao Rio.
- Pois é.
- Estou com saudades.
- hum...
- O que você anda fazendo?
- Nada de mais. Trabalhando muito, para variar. E você?
- Estou fazendo um projeto muito legal. Criando uns virais com amigos para colocar no Youtube.
- Sério? Legal. Sobre o quê?
- Ah, sobre umas coisas. Depois te mando o link.
- Beleza.
- Quando você vem pro Rio?
- Não sei.
- Vem logo. Estou com saudades.
- hum...
- Bem, disse Renato, tenho que ir. Liguei só para dar um oi mesmo. Não deixa de me procurar quando vier ao Rio.
- ham, ham.
- Um beijo grande.
- Beijo.
- Estou com saudades.
- Tchau.

Ana se esforçava para não “cair na lábia” de Renato. Não queria se entregar às tramas e armadilhas de seu afeto interessado. Às vezes, ela conseguia. Era muito mais fácil pelo telefone. Mas bastava pisar no Rio de Janeiro...

Ele era interessante. Era inteligente. E, o pior, era lindo. Obviamente, um canalha. Mas como resistir às suas mãos grandes e protetoras?

Amor? Naquele momento Ana não amava ninguém. Nem Renato. A história deles era como se fosse apenas um trechinho da Quadrilha. Que poderia continuar, pois Renato não amava Teresa e não amava Regina, embora desse em cima das duas, que eram amigas de Ana, que se sentia perdida, mas nunca pensara em suicídio, embora às vezes flertasse com a melancolia, que era bem próxima da depressão, que não entrara na história.

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